sábado, 20 de agosto de 2011

Pratos de assinatura - Kika

Tomámos uma decisão deveras importante, ou seja, apresentarmo-nos a todos os que têm vindo a este blog, através de um prato simples que nos define - um signature dish.
Por isso vamos começar com uma sobremesa muito especial para mim. Foi uma tia que me deu a receita há algumas décadas (credo, dói dizer isto). Esta tia, minha homónima, sabia também fazer uns pastéis de nata de estalo. Não consigo encontrar essa receita e ela infelizmente já faleceu.
Hoje, nesta tarde de sábado de trovoada e calor, escolhi então mostrar a tarte de amêndoa, com uma massa fantástica que se estende apenas com os dedos. Se calhar por causa da trovoada, hoje as fotos saíram um bocado tremidas...

 Numa tijela, e como estas coisas da pastelaria têm de ser muito minuciosas, juntar 100 gr de açúcar com um ovo, bater bem, juntar 2 colheres de sopa de margarina, 3 colheres de sopa de leite, e 100 gr de farinha com uma colher de chá de fermento. Como em casa não tinha margarina, usei azeite para tudo. A tarte ficou boa, um pouco mais húmida...

A massa fica assim, um pouco mole, mas essa é a maravilha desta tarte, porque não tem de se estender com rolo, basta estende-la em forma untada de tarte. E como hoje foi mesmo um dia estranho nesta cozinha (livros a cair, coisas a despencar dos armários, enfim, tudo muito eléctrico), para não destoar, até a forma que eu tinha destinada para a tarte estava com ferrugem, teve de ir para o lixo e usei então um tabuleirinho.

Estendida a massa, vai ao forno, e quando estiver um pouco crescidinha e mais cozida, tira-se e com um garfo amachuca-se. Isto vai tornar a massa mais densa e mais saborosa, mistérios da cozinha. No lume, vai-se preparando o recheio, mas não muito cedo, senão o açúcar solidifica.

Recheio: 100 gr açúcar, 3 colheres de sopa de manteiga, 2 colheres de manteiga de margarina, leve ao lume e quando começar a borbular, deitar 100 gr de amêndoa às lascas ou às tiras. (Já uma vez fiz para uma amiga doida por amêndoas e pu-las inteiras, mas para isso precisa de dobrar a dose).
Depois é só estender sobre a massa e levar ao forno até as amêndoas ficarem douradas. E bom proveito! Hoje acompanhámos umas fatias com o tal chá especial de Jasmim, mas também é óptimo com um bom café, porque é bastante doce.


sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Receita de dieta para uma noite de calor

Depois de algum tempo arredados dos fogões, pelo menos nesta aventura culinária, eis que os Dois voltaram ao Barreiro para mais uma noite de comezaina.
A ideia original era uma salada de queijo feta e melancia, ceviche e guacamole, mesmo, mesmo a lembrar paragens ainda mais quentes, mas mais exóticas, que este cantinho português, mas o calor e uma leve indisposição dos Dois, (claro, a idade já vai pesando também no estômago), preferimos optar por uma refeição levezinha de peixe. 

Por isso, o eleito foi a tintureira. Claro que depois da opção de “cozinhamento” verificámos que este era o peixe perfeito para fazer umas tradicionais e deliciosas «Sopas de Cação», mas terá de ficar para a próxima.
A escolha de ingredientes era vasta, mas mais uma vez a indisposição levou a melhor. E até nas entradas, que costumam ser mais abundantes que o próprio prato principal, desta feita ficaram por uma bruscheta italiana, aproveitando a salada já preparada.
A receita? Uma fatia de pão torrada, um dente de alho esfregado sobre ela, umas gotas de azeite, a salada e voilá, o antipasto perfeito.



Ao lume ia-se cozinhando o arroz de cenoura (que melhor ingrediente para a tal indisposição?).
A seguir, numa frigideira larga, cebola, alho, um pouco de manteiga de alho, azeite e louro, frigiram-se levemente as postas de tintureira. Mas como não somos alheios a alguns erros, aquilo que parecia uma ideia originalíssima e que faria toda a diferença, acabou por não resultar. É que uísque com tintureira não resulta. Pelo menos quando é assim cozinhada. Mesmo sendo JB.
Acabou por dar um gosto algo amargo ao peixe e ao molho, mas o petisco estava pronto e houve que tirar o melhor partido.
Quanto à prometida sobremesa, bem, ainda não foi desta. Estreou-se um bule, com chá de jasmim comprado há alguns anos à Ley, uma das pessoas da comunidade chinesa há mais tempo em Portugal, proprietária do restaurante Don Fen, no Correr d’Água, que com a sua simpatia enorme, nos ensinou durante vários anos muita coisa sobre a cultura chinesa.
Ergamos a nossa taça de chá de jasmim a Ley, que assim nos permitiu acabar em beleza (e com muito juizinho) uma boa refeição, que aqui partilhamos.
Chi Chau Ley!